quinta-feira, 14 de abril de 2011

Adeus às Asas

Eu pensei que deixaria uma cronica que fiz há algum tempo fora do meu blog, mas pra vocês verem como são as coisas, sou obrigado a postar ela numa reedição, já que a tenho no outro blog.
É triste saber que profissões e histórias estão sendo tristemente mudadas para um lado de sensualidade falsa e de um propósito onde os aficcionados por estas revistas de nudez, acabam cometendo assédios se iludindo e pensando que é como nas revistas.
Não perco meu tempo vendo tais revistas de nudez, mas as vezes certos títulos acabam merecendo um comentário de queixa e também de tristeza ao saber que essa cultura das revistas de nudez não enriquece em sabedoria, só regride.
No Brasil, no México, onde quer que seja, a todos os que gostam de aviões  e sabem que eles foram construidos com o propósito de levar muito mais que o lazer, mas sim a paz e a esperança aos quatro cantos do mundo dedico essa cronica.
Agora aos que acham o avião com a denotação de sensualidade e erotismo um condado de sinto muitos a cada um.

Desde os primórdios que a vida se iniciou na Terra e possíveis e temíveis feras pré-históricas aladas, pairavam sobre o ar. Homens da caverna, nossos antigos descendentes queriam e já sonhavam em um dia caminhar por sobre o céu assim como faziam aqueles monstros alados, ou melhor, pterodátilos, ou seja, lá qual for as outras espécies de pássaros que ainda não foram descobertas.
Deus, no Éden, ao expulsar Adão e Eva por causa do pecado original, colocou dois anjos como guardiões e desde essa época ainda mais o homem se instigava e desejava ter asas, como os anjos e arcanjos que habitavam o paraíso do qual muitos que se dizem santos, não encontrarão por muitos séculos.
Falando em séculos, na mitologia grega, o sonho de Ícaro era com as asas de cera voar e voar e voar, mas ao tentar alcançar o sol, suas asas de cera se foram e ele também disse goodbye ao mundo.
Mitologias e séculos após, numa época em que era proibido pensar algo que fosse profano ou contra as hierarquias religiosas, onde as palhas úmidas ditavam regras, espadas tiniam nos pescoços alheios e até algumas cabeças rolavam ao cesto, sem querer criticar aquela época, mas fazendo um leve levantamento histórico-verídico, ai de quem pensasse em desenvolver teorias contrárias.
Na cidade de Vinci, na Itália, o inventor Leonardo, inspirado por sua imortal Monalisa, a qual os críticos artísticos a envolvem no mais profundo dos mistérios da humanidade, em relação de quem realmente era, de onde veio e pra onde teria ido, o flechou deixando como uma pluma e teve a inspiração e projetou um objeto que talvez voasse, mas que não conseguiu concluir, talvez devido a faixa de mortalidade que ocorria na época.
O mesmo homem que viveu e marcou a sua historia por pintar uma misteriosa mulher repleta de possíveis códigos a serem decifrados, como as antigas inscrições nas pirâmides egípcias, nãoo foi esquecido no seu sonho de poder voar.
No fim do século 19 já havia alguns projetos de dirigíveis e balões que podiam levar uma pessoa ao céu, por um curto espaço de tempo, então entrando de cabeça no século 20, um grande homem de Minas Gerais, a qual muito de mérito deve ser reconhecido, quis mostrar que realmente era possível flutuar no céu, e não desistiu.
Nosso querido Alberto Santos Dumont, fez de cada vaia e apostas na qual duvidavam, o maior motivo para seguir em frente, sofrendo vários acidentes, mas sendo austero e tendo força de vontade num espírito de alto astral, conseguiu mostrar ao mundo o que os homens pré-históricos imaginavam ser possível, o que Icaro tentou e lhe fez dizer goodbye ao mundo, o que ficou nos projetos de Leonardo da Vinci e que não lhe custaram a cabeça ou a inquisição. Mas lhe trouxe as maiores honras que se pode ter ocorrido.
O 14 Bis voou, concluindo as asas da esperança de levar a paz de um lado do mundo para o outro, fosse a distancia que pudesse existir. Mesmo enfrentando o preconceito exagerado que insiste em cegamente dizer que os Irmãos Wright são os paternais da aviação, em nome daquele absurdo nacionalismo que chegou a dizer que "não existem gatos na América".
Nosso querido irmão bauruense João Couto Sobrinho, seguindo os passos do irmão, pai da aviação Alberto Santos Dumont, em seu hidroavião Jahu como se escrevia na época e agora Jaú, fez a travessia do oceano atlântico e disso hoje poucos é que se lembram de tamanha bravura e coragem desse homem, muitas vezes trocado na cabeça de muitas pessoas como aqueles moleques que cruzam as avenidas com seus carros endiabrados acima da velocidade e rasgando o que tem pela frente, de vez em quando até postes e as vezes por falha e covardia, pessoas que não tem nada a ver e não queriam volitar agora.
Os aviões foram se desenvolvendo e veio a segunda grande guerra, enquanto patrioticamente os Wright tinham até museu e os EUA entraram pra guerra, voando e mandando bombas contra os inimigos que muitas vezes eram confundidos e quem ia para o espaço eram inocentes jamais esquecidos pelos livros de historia. Santos Dumont, o verdadeiro pai da aviação, viu que sua criação acabara de ser usada para o mal e resolveu nunca mais ver a luz do dia, dizendo adeus ao mundo com o suicídio.
Grandes companhias aéreas surgiram depois, mudando sempre, tanto no tratamento com os passageiros e até estudando a dinâmica de construção de novos aviões cada vez mais modernos e rápidos que levavam de um para o outro no mundo cada vez em menos horas. Enormes Jumbos e Concordes e outros modelos, alguns dos citados, aposentados pelas horas de vôo.
Companhias até lembradas em grandes filmes de cinema nacionais e internacionais, assim como em canções idem. Até criaram a partir dos aviões, os foguetes e querendo fugir das responsabilidades terrenas, vão com a idéia de conquistar Martes e Luas da vida, com uma única bandeira dizendo "We are Friends" ou coisas do tipo.
No nosso querido Brasil, tivemos a honra de ter a Real, a Panam, que hoje deixaram de existir, mas permanecendo grandes potencias que por algumas falhas passam por crises e até processos administrativos enormes, como uma grande empresa em discussão nos jornais e noticiários do Brasil todo e até de alguns do exterior. Sem contar os aviões sucateados e tratados como puro lixo.
Essa empresa a qual a maioria dos ex-empregados ama de coração e que nunca será esquecida pelos que viajaram por ela pelo respeito e atenção que os funcionários da companhia sempre tiveram para com todos.
Mas em nome da vaidade humana, uma certa revista de nudez masculina, absurdamente coloca o titulo da capa, os "aviões". Que com toda certeza surpreendeu os que gostam realmente da aviação e sabe das intempéries que estão ocorrendo.
Achei completamente sem sentido, usar o termo aviões numa revista que fala e mostra fotos de nu.
Por acaso Santos Dumont criou o avião para falar de nudez ou expressá-la? Será que esse jogo garoto inglês ou americano só sabe pensar em nudez e fantasias ou relatos que não tem conteúdo construtivo algum?
Pura vaidade humana!
E Santos Dumont? O que ele leva?
Teve gente que há algum tempo, que se diz repórter, teve até o absurdo de questionar e polemizar sobre sua opção sexual, assim como Freud pensava sobre Da Vinci. Tudo sem sentido e na mais imensa tristeza.
Qual é o mérito de sair na tal revista?
Só quem a faz sabe. Mas será que quem a faz sabe da existência de algo chamado valor de respeito humano a um profissional?
Colocam péssimos repórteres de marketing para publicar as capas, desmoralizando por completo as profissões relacionadas a muita gente de bem que deu seu sangue e sua vida por tais profissões. Com toda a certeza mais um motivo de chacota para muitos, mais uma profissão, motivo de tolas fantasias para outros muitos e com a certeza uma única conclusão.
Conforme o numero de revistas vendidas, sei lá quantas milhões pelo Brasil, vamos chutar por baixo umas dois milhões de revistas, o nosso querido irmão Santos Dumont que se matou por ver seu sonho de o avião levar a paz que foi trocada pela guerra, vai rolar na sua sepultura doze milhões de vezes a mais do que a vendagem das revistas e ao ser resgatado por anjos dirá "Adeus as Asas".

Um comentário:

  1. Meio louco, mas faz total sentido.....O que era um sonho, se tornou um pesadelo nas mãos de homens maus.......Pobre Dumont.
    Abraço.

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